por guiainfantil.com
Hoje em dia percebe-se um problema de diálogo nas famílias (e no mundo). Isso se dá por duas formas extremas: por excesso ou por falta. Ambas, provocam distanciamento.
Há pais que, com a melhor das intenções, procuram criar um clima de diálogo com seus filhos e tentam verbalizar absolutamente tudo. Essa atitude facilmente pode levar aos pais a converterem-se em interrogadores ou em fazedores de sermões, ou ambas as coisas.
Dialogar com os filhos também é escutá-los
Os filhos acabam por não escutar ou escapam com evasivas. Nesses casos, confunde-se o diálogo com o monólogo e a comunicação com o ensino. O silêncio é um elemento fundamental no diálogo. Dê tempo ao outro para entender o que foi dito e o que se quis dizer. Um diálogo é uma interação, e para que seja possível, é necessário que os silêncios permitam a intervenção de todos os participantes.
Junto com o silêncio está a capacidade de escutar. Há quem faz suas exposições e dá suas opiniões sem escutar as opiniões dos demais. Quando isso acontece, o interlocutor se dá conta da diferença do outro até ele e acaba por perder a motivação pela conversação. Essa situação é a que com frequência se dá entre pais e filhos. Os primeiros creem que estes últimos não têm nada o que ensiná-los e que não podem mudar suas opiniões. Escutam pouco seus filhos, ou se o fazem, é de uma maneira inquisidora, numa posição impermeável em respeito ao conteúdo dos argumentos dos filhos. Essa situação é frequente com filhos adolescentes. Estamos diante de um dos erros mais frequentes nas relações paterno-filiais: crer que com um discurso se pode mudar uma pessoa.
Através do diálogo, pais e filhos se conhecem melhor, conhecem sobretudo suas respectivas opiniões e sua capacidade de verbalizar sentimentos, mas nunca a informação obtida mediante uma conversação será mais ampla e transcendente que a adquirida com a convivência. Por isso, se transmite e educa muito mais na convivência do que as verbalizações dos valores que se pretendem inculcar. Por outro lado, todo diálogo deve ter a possibilidade da réplica. A predisposição de guardar o argumento do outro e admitir que pode não concordar com o próprio é uma das condições básicas para que o diálogo seja viável. Se se parte de diferentes planos de autoridade, não haverá diálogo.
A capacidade de dialogar tem como referência a segurança que tenha em si mesmo cada um dos interlocutores. A família é um ponto de referência para a criança e o jovem: nela pode-se aprender a dialogar, e com essa capacidade, favorecer atitudes tão importantes como a tolerância, a assertividade, a habilidade dialética, a capacidade de admitir erros e de tolerar as frustrações.
Fonte: disponível em (http://br.guiainfantil.com/dialogo-na-familia/321-o-dialogo-em-familia.html ) Acesso em 25 nov 2016.
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